segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Coincidentia opositorum (2)


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Agora, começa a parte mais intricada.
Cada religião deu sua própria interpretação. Com nomes diferentes, é claro.Para algumas, o Algo estava dentro do Nada (imanência) e para outras, o Algo estava fora do Nada ou era o próprio Nada.
Depois da Criação, as vezes, vemos Deus (o nome que genericamente damos para o Algo) permanecer junto com sua Criação. Outras vezes, Ele se afasta ou se oculta (Deus otiosus).
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As Polaridades se manifestam de inumeras maneiras. Pode ser do tipo Yin-Yang, onde elas simplesmente co-existem e compõem o Universo. Mas as vezes, são opostos irreconciliáveis como Luz e Trevas, Bem e Mal, Positivo e Negativo, etc ...
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As Polaridades, em outras ocasiões, são denominados Filhos de Deus, que ele cria no processo. Frequentemente, dois irmãos. As vezes, complementares, uma espécie de divisão do trabalho, um cuida de algumas coisas, outro cuida de outras. Mais comumente, são irmãos antagonistas, trabalhando um para destruir o outro. O caso típico de uma Divindade do Bem, e outra Divindade do Mal.
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As vezes, são estes irmãos que cuidam de ultimar a Criação, e neste caso, são conhecidos ou reconhecidos como Deus (ou como Demônio) pelos homens.Ocorre as vezes, ainda, que estes irmãos se alternam no comando do Universo, ora um, por muitos eons; ora, o outro. Da mesma forma, o irmão reinante passa a ser alternativamente adotado como Deus.
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Um caso particular, desta última instância é existirem, patentemente, uma série de religiões arqueológicas que adotavam uma Deusa-Mãe, (religiões assim ditas femininas) que nos tempos históricos, foram suplantantadas pelas religiões masculinas ou marciais.
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O que a gente deduz deste breve resumo da história das religiões .... é que não dá para deduzir nada, a não ser que existem Opostos neste Mundo e que parecem ser o estofo do Universo.E que portanto, deveríamos ser mais condescendentes com nossos semelhantes quando manifestarem inconsistências .... e até, conosco mesmo, reconhecendo nossos conflitos internos. Já que o Universo é assim, porque não podemos nos perdoar por refletirmos um pouco esta condição.

4 comentários:

marianicebarth disse...

Eu gostava muito destes assuntos quando tinha meus trinta. Devorava livros na tentativa de entender alguma coisa. Como Sidarta, busquei em várias religiões e outras tantas filosofia um resquício de resposta (que não encontrei) e, como Sidarta, voltei para o rio da vida, contentando-me em ser apenas o barqueiro.

Antônio disse...

Creio que estou perdoado pelo mundo.

Polemikos disse...

Nice, dizewm os budistas que somos o que pensamos ... e embora reconheço que não há susbtituto para a vida, eu lembraria que pensar faz parte do viver ...

marianicebarth disse...

Penso, logo existo...
Sou um tanto cética em relação às inúmeras religiões estabelecidas, principalmente a católica. Na verdade, não é com as religiões que implico, mas com os sacerdotes de má fé, que todas elas abrigam em maior ou menor número. O Timtim que me perdoe (ele sabe que para mim ele é o melhor e único padre de quem gosto), mas também não curto as igrejas que obrigam a freqüência, embora goste muito dos diversos exemplos de arquitetura. Adorei um livro chamado "Os Pilares da Terra", que trata da construção das Catedrais e das dificuldades envolvidas. Você leu?