segunda-feira, 23 de julho de 2007

Osho e a oclocracia ....

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Osho é sempre instigante. Nem sempre dá para aceitar suas teorias ou concordar com ele mas ele sempre fornece material para reflexão.

Em um dos seus livros, ele discorre sobre política.

Osho não gosta muito de política .... Ele diz que a maioria dos políticos ainda permanece ao nível instintivo.

E a este nível, "a política não passa de 'a força é o certo' {ou seja} : a lei da selva". {O político instintivo} "não acredita em nada a não ser em ser vitorioso. Sejam quais forem os meios para ser vitorioso, ele usará".

E termina o capítulo, dizendo "O que existe hoje como democracia, não é democracia : é oclocracia ...". Para quem não sabe, como eu também não sabia, oclocracia é o domínio da plebe.

O domínio da ralé e de seus "valores". A valoração da falta de cultura, da falta de instrução e da falta de preparo, o pedestal para o enriquecimento pessoal, não importando os meios para alcançá-lo.

Os valores esdrúxulos, a impunidade do crime "necessário" e da mentira deslavada, e do "me engana que eu gosto", a preponderância da bravata, a predominância do oportunismo sobre o planejamento, a supremacia da bajulação e da demagogia sobre o pensamento correto, etc ...


A História é um repositório impressionante de quantas vezes isto já aconteceu. E vai se repetindo em tudo quanto é lugar neste mundo.

Existe mesmo uma faceta da cultura, profundamente arraigada na humanidade, que prefere ignorar, frequentemente aceita ... e as vezes, até aplaude, tacitamente, a corrupção. É chocante!!! Como dizia um colega de universidade, ficar rico trabalhando, qualquer um consegue ... quero ver ficar rico sem trabalhar!!

Introdução

Meu pai que era muito sábio, dizia que não era prudente e não se devia nunca discutir nem religião nem política. Ele se referia a discutir crenças, figuras públicas ou conteúdos ideológicos.

Faço minha esta filosofia. Não que eu não tenha minhas opiniões e minhas posturas.

Mas há muita diversidade nestes campos, muitas variantes de filosofias pessoais, enfoques e expectativas individuais, condicionamentos sociais e culturais, etc ... e sobretudo, posturas emocionais. Não dá para discutir posturas emocionais, simpatias e preferências pessoais, muitas vezes sem a menor justificativa racional ou conhecimento suficiente das personalidades envolvidas ou de suas motivações reais. (Não dá para confiar na imagem divulgada dos candidatos nem nas motivações declaradas em campanha.)

Há muita cobrança na cabeça da maioria das pessoas, todo mundo quer alguma coisa, espera alguma coisa dos governantes. É fácil dizer que não fizeram nada ou não fizeram o suficiente, se não fizeram o que estas pessoas especificamente esperavam deles.

E como cada um julga na sua esfera de interresse, não existe meio de estabelecer um consenso..

As vezes o que os banqueiros querem não é aquilo que os industriais desejariam, aquilo que os industriais almejam pode não agradar aos sindicalistas, aquilo que as confrarias da educação exigem podem não ser consistentes com os recursos que os financistas julgam razoável liberar, e assim por diante. Um governante não consegue agradar (plenamente) a todo mundo.

Afora isto, sob qualquer hipótese, acredito que seja muito difícil julgar a ação de um chefe de estado, nós não conhecemos de fato o tamanho e a dificuldade da sua tarefa, a natureza das pressões de toda sorte e de inúmeras origens a que ele fica sujeito - algumas das quais, possivelmente, nunca vêem ou virão a público.


Inclusive, o que parece falta de ação de um homem público pode ser apenas o indício do que ele conseguiu evitar .... e que obviamente não tem o mesmo glamour, mas pode ser de suma importância.
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